Origem e Evolução da População de Palmas - 1840-1899

Lourdes Stefanello Lago (Orientador: Marly Anna Fortes Bustamante Mira)
Dissertação de Mestrado
Programa: UFSC/PPGH
Defesa: 1987
Banca:
Resumo: Palmas, localizada no centro-sul do Estado do Paraná, região de Campos que integram o chamado Paraná Tradicional. Seu povoamento faz parte da política imperial, que buscava ocupar e povoar a região, para garantir a posse da mesma na questão de limites entre o Brasil e a Argentina. Sua descoberta data do século XVIII, porém a chegada das duas bandeiras conquistadoras data de 1838; embora os primeiros registros oficiais somente tenham ocorrido em 1843. Inicialmente dedicou-se à criação de gado, passando a arrendar seus campos para a engorda de tropas, que vinham do Rio Grande do Sul em direção a Sorocaba, além de participar do comércio desses animais. Região em formação, atraía pessoas vindas de localidades com características semelhantes a Palmas - agropecuária. A partir de 1860/70, ao lado dos elementos vindos de outras localidades do Estado do Paraná, de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul, de São Paulo, de outros Estados e mesmo do exterior, somam-se os nascidos em Palmas. Dedicando-se exclusivamente à agro-pecuária, a sociedade palmense apresenta taxas de crescimento demográfico consideradas como "taxas agrícolas". Em termos de saúde, devido às distâncias e às dificuldades de acesso e comunicação com localidades mais desenvolvidas, a população vivia a mercê das doenças, quase sempre fatais, demostrando altas taxas de mortalidade. A presença de escravos e de índios, na região, imprime características próprias. Enquanto, o índice de casamentos de negros e índios não é muito alto, o número de filhos naturais, mesmo entre os índios, é elevado. Assim, a Igreja demonstrou certa tolerância quanto aos filhos ilegítimos, cujos pais viviam amasiados ou mesmo de mulheres solteiras e pais desconhecidos, batizando-os normalmente. Por outro lado, apesar da população ser católica, em sua totalidade, não se verificou a abstenção de casamentos e concepções, nos períodos considerados proscritos pela Igreja. Os meses de março e dezembro, quaresma e advento, respectivamente registraram altos índices tanto de casamentos como de concepções.
Páginas: 238
URL: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/112189