A Colonização às Margens do Rio Uruguai no Extremo Oeste Catarinense. Atuação da Cia. Territorial Sul Brasil - 1925 a 1954

Alceu Antonio Werlang (Orientador: Carlos Humberto Pederneiras Corrêa)
Dissertação de Mestrado
Programa: UFSC/PPGH
Defesa: 1992
Banca:
Resumo: Este trabalho objetiva estudar o processo do colonização do Oeste Catarinense a partir da atuação da Companhia Territorial Sul Brasil. Analisa a disputa da região e o processo de colonização efetuado pela referida colonizadora até o ano de 1954, quando da criação dos primeiros municípios na área colonizada por esta Companhia. Para tanto, a dissertação foi dividida em cinco capítulos. O primeiro enfoca a disputa da região entre Portugal e Espanha, seguida da que ocorreu entre Brasil e Argentina, e finalmente entre os estados do Paraná e Santa Catarina. O segundo capítulo aborda a disputa das "terras devolutas" ocorrida entre diferentes grupos econômicos. As terras colonizadas pela Cia. Sul Brasil foram amplamente disputadas com a Brazil Development que as considerava suas a partir de uma concessão feita pelo Estado do Paraná. O terceiro capítulo trata da criação da Cia. Sul Brasil e da política de colonização adotada pela colonizadora através do seu Diretor Gerente Carlos Culmey. A demarcação e a revenda dos lotes, bem como o tratamento dispensado aos posseiros são vistos na parte final deste capítulo. No quarto capítulo analisa-se o fluxo migratório ocorrido no período de 1922 a 1954 nas terras colonizadas pela Cia. Sul Brasil. A seguir são enfocadas as principais dificuldades enfrentadas pelos pioneiros no Oeste Catarinense. No último capítulo descreve-se desenvolvimento do comércio e da indústria que resultaram no surgimento das cidades. Após esta descrição analisam-se as dificuldades por que está passando a pequena Propriedade e o consequente êxodo rural. Conclui-se que as companhias colonizadoras exerceram am papel fundamental na ocupação do Oeste Catarinense. A divisão da região em pequenas propriedades atendeu ao interesse do Estado em ocupar efetivamente a região e das colonizadoras que assim conseguiram maiores lucros, uma vez que a região coberta de densas florestas não interessava ao latifúndio pecuário. Além das terras, o lucro das colonizadoras provinha da comercialização das madeiras. A partir da implantação da agroindústria, mais especificamente do sistema de produção integrada, grande parte das pequenas propriedades foram expropriadas, formando, assim, novas correntes migratórias, entre elas para o Rio Grande do Sul, estado que forneceu inicialmente quase todo contingente populacional do Oeste Catarinense.
Páginas: 223
URL: http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/76820