| Resumo: |
O sistema de transporte ferroviário faz parada em território brasileiro na segunda metade do século XIX, trazendo consigo o desejo expresso de favorecer o escoamento da produção cafeeira do país, guardando, naturalmente, profundas relações com a nova divisão internacional do trabalho agora aqui presente. Em Goiás, os trilhos da estrada chegam um pouco mais tarde. Somente no início do século XX, são sentidas as mudanças que os mesmo provoca na terra da gabiroba e do pequi definindo novos rumos para a sua economia como também em seu quadro político. Este trabalho acadêmico não tem como escopo central discutir a importância da ferrovia em solo goiano, muito embora não deixe de discorrer sobre tal. Não se preocupa em aprofundar na trilha dos trilhos. Não se lança em vôos em busca da fumaça da locomotiva. Tem sim, páginas comprometidas com a história política da Estrada de Ferro Goiás, no que diz respeito a todo o processo que envolveu a transferência de sua sede da cidade mineira de Araguari, localizada na região do triângulo, para Goiânia, a jovem capital do Estado de Goiás, na primeira metade desse século. A análise histórica contida no mesmo é realizada através da presença constante de personagens da elite política goiana, principalmente a pessoa do então diretor da estrada Mauro Borges Teixeira, que por ser filho do governador de Goiás, faz desse episódio o seu “début” político. Traz também, o jogo de interesses que existe entre mineiros e goianos pelo controle dos destinos da “Goiás”, como é chamada essa ferrovia e o compromisso da mesma com o solo goiano no que tange ao seu processo de desenvolvimento. |
