Haxixe e a Ironia da História em Walter Benjamin

Laura Olivieri Carneiro de Souza (Orientador: Ricardo Augusto Benzaquen de Araújo)
Dissertação de Mestrado
Programa: PUC/RJ/PPGH
Defesa: 1999
Resumo: Durante os anos 1930, fumar haxixe (cannabis indicae) era um hábito para Walter Benjamin. Trata-se de um fato consumado em sua biografia. A ingestão cotidiana dessa substância - cujo princípio ativo (Tetrahidrocanabio) psicoativava o desprendimento moral em relação aos valores modernos, fundamentados pela consciência subjetiva -, reificava a experiência perdida na modernidade. A embriaguez do haxixe - através do especto contemplativo do transe - restabelecia uma comunicabilidade lingüística essencial, tendo também servido como anestésico face à melancolia histórica que consumia o autor. Acreditamos que a ironia da droga consubstanciava um ethos em Walter Benjamin, na medida em que suscitava um comportamento a contrapelo da história, avesso à cultura dominante.
Páginas: 123
URL: Tese não digitalizada