Musa Travessa. Bastos Tigre e a Literatura da Belle Époque Carioca

Marcelo Balaban (Orientador: Margarida de Souza Neves)
Dissertação de Mestrado
Programa: PUC/RJ/PPGH
Defesa: 2000
Resumo: Esta dissertação é um estudo da vida e obra de Manoel Bastos Tigre (1882-1957 no Rio de Janeiro nas duas primeiras décadas do século XX. Fazendo uma biografia intelectual desse autor, a proposta é analisar o universo letrado carioca num periodo em que a literatura era entendida e praticada de várias formas: como ação política, como técnica, como beletrismo e como humorismo, no caso privilegiado. Bastos Tigre pode ser entendido como um personagem típico da chamada belle époque carioca. Desenvolveu várias atividades relacionadas às letras: jornalismo, poesia, teatro, publicidade, além de ter sido bibliotecário e de ter se formado como engenheiro. A partir do estudo da sua trajetória, é possível entender um dos dilemas dos escritores da época, divididos entre a tradição e o moderno. Essa dicotomia era uma das principais marcas da cidade naquele momento, quando vivia um forte processo de reformulação urbana, orientada pelas noções de civilização e progresso. A hipótese é a de que não havia um sentido hegemônico para a literatura, mas todos coexistiam e muitas vezes se sobrepunha, formando um contexto marcado por conflitos e contradições. Acompanhar o percurso de Bastos Tigre ao longo dos vinte primeiros anos do século é um exercício que busca responder algumas questões: o que definia o escritor naquele momento? Qual a relação entre o jornalismo e a literatura? Qual a importância da literatura naquela sociedade? Qual o espaço ocupado pelo literato? O objetivo do trabalho, portanto, é, recorrendo ao gênero biográfico como ma estratégia para enfrentar esse problema histórico e fazendo uso sobretudo de fontes literárias constituídas constituídas pela obra plural desse autor, encaminhar possíveis respostas a essas perguntas.
Páginas: 197
URL: Tese não digitalizada